segunda-feira, 5 de julho de 2010

The Lost Of Hero Parte II

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Aqui o segundo capitulo tradizido que quando acabei de ler quase chorei de emoçao e felicidade!!!


Jason

A tempestade havia formado um furacão em miniatura.

Nuvens em forma de funil serpenteavam em direção a passarela como se fossem cobras recém saídas dos cabelos da Medusa.

As crianças corriam e gritavam em direção ao edifício. O vento já havia apanhado seus notebooks, jaquetas, chapéus e mochilas. Jason escorregava lateralmente pelo piso. Leo perdeu o equilíbrio e quase caiu pelo corrimão, mas Jason agarrou seu casaco e puxou-lhe novamente.

“Valeu, cara!” Leo grito

“Vamos, vamos, vamos!” disse o treinador Hedge.

Piper e Dylan seguravam as portas, mantendo-as abertas enquanto guiavam as outras crianças pra dentro. A jaqueta de snowboard de Piper balançava brutalmente contra o vento, e seu cabelo escuro chicoteava em seu rosto. Jason pensou que ela entraria em pânico, mas estava calma e confiante – dizendo para as crianças que tudo ficaria bem, incentivando os outros a continuarem andando.

Jason, Leo, e o treinador Hedge estavam indo na direção deles, mas sempre que avançavam no caminho, o vento parecia lutar contra eles, empurrando-os de volta

Dylan e Piper empurraram mais um garoto para o interior do edifício, e logo em seguida não conseguiram mais ter forças o suficiente para manter as portas abertas. A porta bateu num estrondo, confinando-os do lado de fora, na passarela.

Piper empurrou as alças. As crianças de dentro colocavam seu peso sobre o vidro, mas as portas pareciam estar presas.

“Dylan, Ajude-me!” Piper gritou.

Dylan subitamente deu um sorriso idiota, sua camisola de Cowboys rebatendo-se com o vento, como se ele estivesse apenas apreciando a tempestade.

“Desculpe, Piper”, Ele disse. “Já terminei meu horário de ajuda.”

Ele fez um movimento com seu pulso e Piper voou para trás, soltando as portas e deslizando para o pavimento da passarela.

“Piper!” Jason tentou seguir em frente, mas o vento estava contra ele, e o treinador Hedge o puxou de volta.

“Treinador”, Jason disse, “Me deixe ir!”

“Jason, Leo, fiquem atrás de mim entenderam”, o treinador ordenou. “Esta é minha luta. Pelo menos agora já sei quem é o nosso monstro.”

“Quê?” Leo grunhiu. Um trabalho escolar mal feito atingiu-lhe a cara, mas ele o puxou para fora. “Quê monstro?”

O boné do treinador voou, e acima de seu cabelo ondulado havia dois “galos” – como naqueles desenhos animados quando um cofre ou algo assim caíam sobre a cabeça dos personagens. O treinador Hedge levantou seu taco de beisebol – mas ele não era mais um taco comum. De alguma forma ele tinha alterado seu formato, pois agora ele era um rude tronco de árvore, com alguns galhos e folhas ainda anexados.

Dylan deu um sorriso meio feliz. “Ah, qual é, treinador. Deixe o garoto me atacar! Afinal, você já está bem velho pra isso. Não é por isso que você resolveu se aposentar nessa escola estúpida? Eu estive aqui a temporada inteira, e você nem notou. Você está perdendo seu olfato, vovô.”

O treinador fez um som gutural, como um animal balindo. “É isso, cupcake. Agora você está acabado.”

“Acha que pode proteger três meio-sangues ao mesmo tempo, velho?” Dylan riu. “Boa sorte.”

Dylan apontou o dedo para Leo, e uma nuvem em forma de funil se materializou em torno dele. Leo voou pra fora da passarela, como se tivesse sido atirado. De alguma forma ele conseguiu se manter equilibrado fora do chão e bateu numa parede lateral do canyon. Ele estava escorregando, movendo seus punhos furiosamente procurando se agarrar em alguma coisa. Finalmente ele conseguiu se agarrar em uma pequena saliência, cerca de cinqüenta metros abaixo da passarela, e fixado bem suas mãos.

“SOCORRO!” ele gritou pra eles. “Uma corda, por favor? Um cabo de Bungee jumping? Algo?”

O treinador Hedge xingou e atirou seu taco para Jason. “Eu não sei quem você é criança, mas espero que seja bom. Mantenha essa coisa ocupada – Ele apontou com o polegar para Dylan – Enquanto eu vou pegar o Leo.”

“Pegá-lo como?” Jason questionou. “Você vai voando até lá?”

“Voando não, trotando.” Hedge desamarrou seus sapatos e Jason quase teve um treco. O treinador não tinha quaisquer pés. Ele tinha cascos – cascos de bode. Compreendendo um pouco melhor a situação, Jason notou que as protuberâncias em sua cabeça, que ele achava serem dois galos não eram nada daquilo. Eles eram chifres.

“Você é um fauno”, Jason disse.

“Sátiro!” Hedge disse entre os dentes. “Faunos são romanos. Mas nós falamos sobre isso depois.”

Hedge saltou sobre o corrimão. Ele trotou em direção a parede do canyon e bateu seus cascos no impacto. Pulou para baixo do penhasco com uma agilidade impossível, encontrando mais bases não muito maiores do que o seu porte, onde batia os pés com força para se firmar, esquivando-se do turbilhão de vento e atacando-o, diminuindo sua distância em direção a Leo.

“Que gracinha não é!” Dylan virou-se na direção de Jason.

“Agora é a sua vez, garoto.”

Jason jogou o taco. Parecia inútil com ventos tão fortes ao redor, mas ele voou direto para Dylan, curvando-se até mesmo quando ele tentou se esquivar, dando-lhe uma pancada forte na cabeça e o fazendo cair de joelhos.

Piper não estava tão estupefata quando apareceu. Seus dedos fechados em torno do tronco quando ele rolou até ela, mas antes que pudesse usá-lo, Dylan levantou. Sangue – sangue dourado – pingava de sua testa.

“Boa tentativa, garoto.” Ele deu um olhar penetrante em Jason. “Mas você terá que fazer melhor.”

A passarela tremia cada vez mais. Rachaduras começavam a aparecer no vidro. Dentro do museu, as crianças haviam parado de bater sobre as portas. Elas pareciam hipnotizadas, assistindo ao terror.

O corpo de Dylan se dissolvia em fumaça, como se suas moléculas estivessem se desfazendo. Ele tinha a mesma cara, o mesmo sorriso brilhante, mas todo resto havia se tornado vapor preto, girando como num redemoinho, dos seus olhos saíam faíscas elétricas, era uma nuvem de tempestade com vida. Ele projetou asas de fumaça negra e subiu acima da passarela. Se anjos pudessem ser maléficos, Jason decidiu, eles ficariam exatamente assim.

“Você é um Ventus”, Jason disse, embora não tivesse a mínima idéia de onde tinha tirado essa palavra. “Um espírito de tempestade.”

A risada de Dylan soou como uma chuva torrencial caindo sobre um telhado. “Estou satisfeito por ter esperado, semideus. Leo e Piper já me conheciam há semanas. Poderia ter matado os dois a qualquer momento. Mas minha senhora disse que um terceiro chegaria – alguém especial. Ela vai me gratificar muito por sua morte!”

Mais duas nuvens em formato de funil se materializarão em ambos os lados de Dylan, já transformados em Venti – um fantasmagórico rapaz e homem com asas de fumaça e olhos que faiscavam como relâmpagos.

Piper manteve-se abaixada, fugindo estar aturdida, com sua mão ainda segurando o taco. Seu rosto estava pálido, mas ela deu um olhar determinado para Jason, e ele compreendeu a mensagem: Mantenha-se atento. Eu vou estourar seus miolos.

Bonita, inteligente, e violenta. Jason quis lembrar que ela era mesmo sua namorada. Ele cerrou os punhos e estava pronto pra tentar o ataque, mas nunca teve uma chance.

Dylan levantou sua mão, e entre seus dedos criou-se uma espécie de arco de eletricidade, uma rajada que estourou no peito de Jason.

Bang! Jason encontrou-se caído de costas sobre uma superfície plana. Na sua boca predominava um gosto estranho, como de uma esponja de aço. Ele levantou a cabeça e viu que suas roupas estavam fumegando.

O raio tinha ido diretamente sobre seu corpo, no entanto com tamanha força que até havia explodido seu sapato do pé esquerdo. Seus dedos dos pés estavam pretos como fuligem.

O espírito de tempestade estava rindo. O vento ao seu redor rangendo. Piper estava gritando desafiadoramente, mas tudo lhe soou de forma estranha e longe.

Pelo canto do olho, Jason pôde ver o treinador Hedge escalando, com Leo sobre suas costas.

Piper estava a seus pés, desesperadamente girando a clava que ele lhe havia entregado, mantendo afastados os dois espíritos de tempestades extras, mas eles estavam apenas brincando com ela. A clava entrava direto por seus corpos como se eles não estivessem lá. E Dylan, um tornado negro com olhos, voou repentinamente na direção de Jason.

“Pare”, Jason gritou. Ele levantou-se num salto irregular a seus pés, não estando certo de quem estava mais surpreso com aquilo: ele mesmo, ou os espíritos de tempestade.

“Como você está vivo?” As asas de Dylan pararam repentinamente de bater. “Aquele relâmpago tinha força o suficiente para matar vinte homens!”

“Minha vez”, Jason disse

Ele botou a mão no bolso e retirou a moeda de ouro. Ele deixou seus instintos assumirem o controle, girando a moeda no ar como se já tivesse feito aquilo umas mil vezes. Capturou-a com sua mão, e subitamente o que ele estava segurando não era mais uma moeda, era uma espada – uma arma de dois gumes assustadoramente afiada.

O punho ajustou-se perfeitamente em seus dedos, e a coisa toda era feita de ouro – cabo, alça e lâmina.

Dylan rosnou e afastou-se. Ele olhou para seus dois companheiros e gritou, “Bem? Matem-no!”

Os outros espíritos de tempestade não ficaram felizes com essa ordem, mas eles voaram em direção a Jason, seus dedos soltando faíscas de eletricidade.

Jason foi à direção do primeiro espírito. Sua lâmina passou pelo seu corpo, e a criatura feita de fumaça se desintegrou. O segundo espírito soltou uma rajada de relâmpagos, mas a espada de Jason absorveu a carga.

Jason agiu – um rápido impulso, e o segundo espírito de tempestade se transformou em pó dourado.

Dylan gritou de indignação. Ele olhava para baixo, como se estivesse esperando seus companheiros se refazerem, mas a poeira dourada apenas se dispersava com o vento. “Impossível! Quem é você, meio-sangue?”

Piper ficou tão aturdida que baixou sua clava. “Jason, como…?”

Então o treinador Hedge saltou de volta para a passarela e descarregou Leo como se ele fosse um saco de farinha.

“Espíritos, tremam de medo!” Hedge berrou, flexionando seus braços curtos. Em seguida, olhou ao redor e percebeu que só havia Dylan.

“Maldição, garoto!” Ele disse entre os dentes para Jason. “Não deixou alguns pra mim? Eu adoro um desafio!”

Leo estava a seus pés, recuperando o fôlego. Ele parecia totalmente humilhado, suas mãos ainda sangrando pelo que havia feito nas rochas. “Ei, treinador super bode, ou sei lá o que você é – Eu apenas acabei de cair no Grand Canyon, aberração! Pare de ficar pedindo por desafios!”

Dylan sibilou pra eles, mas Jason podia ver o receio em seus olhos. “Você não tem idéia de quantos inimigos acabou de conseguir, meio-sangue. Minha senhora destruíra todos os semideuses. Está é uma guerra que não podem ganhar.”

Acima, a tempestade explodiu sob a passarela. A chuva derramou-se como um véu, e Jason teve de agachar para manter o equilíbrio.

Um buraco se abriu entre as nuvens – um vórtice que girava em preto e prata.

“Minha senhora está me chamando de volta!” Dylan gritou com alegria. “E você semideus, virá comigo!”

Ele investiu contra Jason, mas Piper acertou o monstro pelas costas. Mesmo que ele fosse feito de fumaça, de alguma forma Piper conseguiu golpeá-lo. Ambos caíram. Leo, Jason, e o treinador correram a frente para ajudar, mas o espírito gritou com raiva. Ele soltou uma torrente de vento que jogou todos para trás.

Jason e o treinador Hedge caíram sobre o solo. A espada do garoto derrapou pelo vidro. Leo bateu com a parte de trás de sua cabeça, deitando-se de lado, aturdido e gemendo.

Piper teve o pior. Ela foi jogada para trás de Dylan, e bateu na grade, caindo de lado até que estivesse pendurada por uma mão sobre o abismo.

Jason começou a correr na direção dela, mas Dylan gritou, “Eu vou dar conta ao menos deste!”

Ele pegou no braço de Leo e começou a subir, rebocando um Leo meio-consciente com ele. A tempestade soprava rápido, puxando-os para cima como um aspirador.

“Socorro!” Piper gritou. “Alguém!”

Em seguida, ela escorregou, gritando enquanto caía.

“Jason vai!” Hedge gritou. “Salve-a!”

O treinador lançou-se no espírito com alguns golpes de “bode fu” – amarrou-se no espírito com seus cascos, batendo nele para diminuir a pressão sobre o braço de Leo e soltá-lo. Leo caiu em segurança no chão, mas Dylan segurou os braços do treinador em vez disso. Hedge tentou dar-lhe uma cabeçada, ele ficou chutando-o enquanto o chamava de cupcake. Eles estavam subindo cada vez mais, ganhando velocidade.

O treinador Hedge gritou para baixo mais uma vez, “Salve-a! Eu cuido disso!” Em seguida, o sátiro e o espírito de tempestade subiram no vórtice sobre as nuvens e desapareceram.

Salvá-la? Jason pensou. Ela se foi!

Mas novamente seus instintos ganharam o controle. Ele correu para a grade, pensando ser um lunático, e saltou.

Jason não estava com medo das alturas. Ele estava com medo de ser esmagado contra o chão do canyon a quinhentos metros abaixo. Ele percebeu que não poderia fazer nada a não ser morrer junto com Piper, mas ele dobrou os braços e abaixou sua cabeça. As paredes do canyon passavam como um filme em velocidade acelerada. Sentia como se o seu rosto estivesse descascando.

Num piscar de olhos, ele pegou Piper, que caía descontroladoramente. Ele a segurou pela cintura e fechou os olhos, a espera da morte. Piper gritava. O vento assobiava nos ouvidos de Jason. Ele estava pensando, provavelmente não tão bem. Ele desejou que de alguma forma eles nunca se espatifassem lá em baixo.

De repente o vento cessou. O grito de Piper virou um suspiro estrangulado. Jason pensou que estavam mortos, mas não sentiu qualquer impacto.

“J-J-Jason”, Piper chamou.

Ele abriu os olhos. Eles não estavam caindo. Estavam flutuando no ar, cem metros acima do rio.

Ele deu um abraço apertado em Piper, e ela se endireitou e o abraçou com força também. Eles estavam nariz a nariz. Os batimentos cardíacos dele estavam acelerados, Jason podia senti-los através das suas roupas.

Sua respiração cheirava à canela. Ela disse: “Como é que você -”

“Eu não sei”, Ele disse. “Acho que gostaria de saber que eu podia voar…”

Mas, em seguida, ele pensou: eu ainda não sei quem eu sou.

Ele se imaginou indo para cima. Piper ganiu quando eles subiram mais alguns metros. Eles não estavam exatamente flutuando, Jason decidiu. Ele podia sentir a pressão sob seus pés, como se eles estivessem se equilibrando sobre um gêiser.

“O ar está nos suportando”, ele disse.

“Bem, diga a ele para nos apoiar mais! Tire-nos daqui!”

Jason olhou para baixo. A coisa mais fácil seria descer suavemente para o chão do canyon. Em seguida ele olhou para cima. A tempestade havia parado. As nuvens não pareciam tão ruins, mas ainda havia alguns relâmpagos e clarões piscando.

Não havia nenhuma garantia de que os espíritos não voltariam. Ele não tinha nenhuma idéia do que havia acontecido ao treinador Hedge. E ele havia deixado Leo lá em cima, quase inconsciente.

“Nós temos que ajudá-los”, Piper disse, como se tivesse lido seus pensamentos. “Você pode -”

“Vamos ver.” Jason pensou para cima, e instantaneamente subiu como um tiro em direção ao céu.

O fato de ele estar andando sobre os ventos podia ser bem legal sob circunstâncias diferentes, mas ele estava em completo estado de choque. Assim que pisaram na passarela, eles correram na direção de Leo.

Piper virou Leo, e ele grunhiu. Seu casaco do exercito estava encharcado da chuva. Seu cabelo encaracolado resplandecia a ouro devido ele ter rolado sobre a poeira do monstro.

Mas pelo menos ele não estava morto.

“Estúpido… feio… bode”, ele murmurou.

“Onde ele foi?” Piper perguntou.

Leo apontou pra cima. “Nunca chegou a descer. Por favor, me diga que ele realmente não salvou minha vida.”

“Duas vezes”, Jason disse.

Leo grunhiu ainda mais alto. “O que aconteceu? O garoto tornado, a espada de ouro… Eu bati minha cabeça. É isso, certo? Eu estava alucinando?

Jason tinha se esquecido da espada. Ele andou até onde há pouco tempo estava caído e a pegou. A lâmina era bem equilibrada. Tendo um pressentimento, ele somente a tocou.

Girando sobre si mesma, a espada foi encolhendo de volta para a forma de uma moeda e pulou para a palma de sua mão.

“Sim”, Leo disse. “Definitivamente alucinando.”

Piper tremia com sua roupa encharcada pela chuva. “Jason, aquelas coisas -”

“Venti”, ele disse. “Espíritos de tempestade.”

“Tudo bem. Você agiu como… Como se já tivesse visto antes. Quem é você?”

Ele balançou a cabeça. “Isso que estava tentando te dizer. Eu não sei.”

A tempestade se dissipou por completo. As outras crianças da escola Wilderness estavam olhando para fora pelas portas de vidro com horror. Guardas de segurança estavam trabalhando nas fechaduras, mas pareciam estar tendo pouca sorte.

“O treinador Hedge disse que tinha que proteger três pessoas”, Jason lembrou, “Eu acho que estava falando de nós.”

“E aquela coisa em que Dylan se transformou”… Piper estremeceu. “Deus, eu não posso acreditar que ele me atacou. Ele nos chamou de… que mesmo, semideuses?”

Leo deitou-se de costas, olhando para o céu. Ele não parecia muito ansioso para se levantar. “Não sei o que significa semi”, ele disse. “Mas eu não estou me sentindo muito bem. Vocês estão se sentindo bem?”

Houve um som quebradiço, como algo se desencaixando, e as rachaduras da passarela começaram a se alargar.

“Nós precisamos sair dessa coisa”, Jason disse. “Talvez se nós -”

“Tuuuudo bem”, Leo interrompeu. “Olhe lá pra cima e me diga se aquilo que está voando são mesmo cavalos.”

A primeira coisa que Jason pensou era que Leo havia batido a cabeça forte demais. Em seguida, ele viu uma forma escura surgir do leste de forma decrescente – muito lenta para um avião, muito grande para um pássaro. Quando chegou mais perto, dava pra ver que eram um par de animais alados – cinzentos, com quatro patas, exatamente como cavalos – exceto que cada um estava numa altura de 20 pés. E eles estavam puxando uma caixa brilhante pintada com duas rodas: uma carruagem.

“Reforços”, ele disse. “Hedge me disse que um esquadrão de extração estava vindo para nos apanhar.”

“Esquadrão de extração?” Leo lutou para pôr-se de pé. “Isso soa muito mal.”

“E para onde vão nos extrair?” Piper perguntou.

Jason assistiu como a carroça pousou na extremidade da passarela. Os cavalos voadores rosnaram nervosamente para o vidro, como se soubessem que estava perto de se quebrar. Dois adolescentes estavam na carruagem – uma garota alta e loira, talvez um pouco mais velha do que Jason e um rapaz volumoso com uma cabeça raspada e um rosto igual a uma pilha de tijolos. Ambos usavam jeans e camiseta laranja, com escudos presos sobre suas costas. A garota saltou da carroça antes mesmo dela parar de se mover. Ela puxou uma faca e correu em direção ao grupo de Jason enquanto que o cara volumoso ficou controlando os cavalos.

“Onde ele está?” exigiu saber a garota. Seus olhos cinzentos eram ferozes e um pouco brilhantes.

“Onde está quem?” Jason perguntou.

Ela franziu a testa como se sua resposta fosse inaceitável.

Em seguida, ela se virou para Leo e Piper. “E sobre Gleeson? Onde está seu protetor, Gleeson Hedge?”

O primeiro nome do treinador era Gleeson? Jason talvez risse se a manhã não tivesse sido tão assustadora. Gleeson Hedge: treinador de futebol, homem bode, protetor de semideuses. Certo. Por que não?

Leo limpou sua garganta. “Ele foi levado por… coisas tornado.”

“Venti”, Jason disse. “Espíritos de tempestade.”

A garota loira arqueou sua sobrancelha. “Você conhece os anemoi thuellai? Que é o termo grego. Quem é você, e o que aconteceu?”

Jason fez o melhor que pôde para explicar, apesar de ter sido difícil encarar aqueles intensos olhos cinzentos. Quando estava na metade da história, o outro cara da carroça veio. Ele tinha uma tatuagem de um arco-íris em seu bíceps, que parecia ser um pouco incomum.

Quando havia acabado a história, a garota loira não parecia estar satisfeita. “Não, não, não! Ela me disse que ele estaria aqui. Ela me disse que se viesse até aqui, eu encontraria a resposta.”

“Annabeth”, o careca grunhiu. “Olha só isso.” Ele apontou para os pés de Jason.

Jason não tinha pensado muito sobre isso, mas ele ainda estava sem seu sapato esquerdo, que tinha sido explodido pelo relâmpago. Sentia tudo bem com seu pé descalço, mas ele parecia um pedaço de carvão.

“O cara com um sapato”, disse o careca. “Ele é a resposta.”

“Não, Butch”, a garota insistiu. “Ele não pode ser. Eu estava enganada.” Ela olhou para o céu como se ele tivesse feito alguma coisa errada. “O que você quer de mim?” Ela gritou. “O que você fez com ele?”

A passarela tremeu, e os cavalos ganiam urgentemente.

“Annabeth”, disse o cara careca, Butch, “Temos que sair daqui. Vamos levar esses três pro acampamento e pensar sobre isso lá. Aqueles espíritos de tempestade podem voltar.”

Ela bufou por alguns instantes. “Ok.” Ela se fixou em Jason com um olhar ressentido. “Vamos resolver isso mais tarde.”

Ela virou-se sobre seu calcanhar e marchou em direção à carruagem.

Piper balançou a cabeça. “Qual o problema dela? O que está acontecendo?”

“Sério”, Leo concordou.

“Temos que tirar vocês daqui”, Butch disse. “Vou explicar tudo no caminho”

“Eu não vou a lugar algum com aquela garota.” Jason fez um gesto em direção a loira. “Ela olhou pra mim como se quisesse me matar.”

Butch hesitou. “Annabeth está bem. Você tem que lhe dar uma folga. Ela teve uma visão dizendo-lhe para vir aqui, para encontrar um cara com um sapato. Que supostamente era pra ser a resposta para o seu problema.”

“Que problema?” Piper perguntou.

“Ela está procurando por um dos nossos campistas, um que desapareceu há três dias”, disse Butch. “Ela está fora de si de preocupação. Esperava que ele estivesse aqui.”

“Quem?” Jason perguntou.

“O namorado dela”, Butch disse. “Um garoto chamado Percy Jackson.”

Quem quiser o primeiro capitulo esta em outra postagem

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©2007 '' Por Elke di Barros